segunda-feira, 15 de junho de 2009

O mundo de Guga



Gustavo é um homem formado em comunicação e produções pela a universidade federal da Bahia. Adora fazer leituras sobre o tema Teoria da comunicação, recentemente leu novamente o Livro “teorias da comunicação” de Laswaell. Graduado há quatro anos, conseguiu o atual emprego através de estágio, por isso tem uma estabilidade financeira razoável. Desde lá sempre foi muito dedicado, interessado e com idéias muito criativas. Outro dia Gustavo precisou conversar com uma fonte no centro da cidade e deixou seu carro no campo grande. Quando voltou já era final de tarde, aquela brisa gostosa, crianças, algodão doce, carrinho de picolé, pipoca e pessoas fazendo atividade física. Gustavo sentou na pracinha do parquinho e próximo avistou um guri magrelo, cabeçudo, zoiudo, observando os adultos. Aquilo lhe chamou atenção , pois o garoto não estava n a mesma eletricidade como as outras crianças que gritavam, corriam, subiam e desciam.
E por um instante Guga, como era chamado pelos os íntimos, voltou para sua infância e lembrou-se das vezes que ficava como aquela criança e das várias fantasias que fazia, devido à comunicação não-verbal mal compreendida. “Todos os dias uma história e um mundo diferente, como o desenho animado “O fantástico mundo de Boby”.


Teve o episódio da mãe que já estava condenada a morte e em poucos dias iria morrer: Gustavo estava na sala brincando sozinho, como era filho único raramente brincava com outras crianças, ao menos quando fosse à escola. Então a tia Maria chegou para ir assistir um filme com sua mãe, ela parecia o peru que tinha no quintal da vovó com brincos, colares e casaco imenso, que mais parecia às penas do bicho. Então já foi entrando, apertando nas bochechas e bagunçando o cabelo do menino. Que por sinal, como toda criança odiava quando faziam isso com ele. Lá do inicio do corredor Gustavo ouviu a mãe Grita num tom triste:
-Bethe vem cá querida tenho poucos minutos e não dá para ir com você ao cinema.
Nesse momento Gustavo saiu da cabana que havia feito com as cadeiras e uma lençol na sala e imaginou a mãe nas últimas dizendo:
- meu filho como eu o amo! Seja um bom menino! Mamãe vai precisar parte dessa para melhor.
E o garoto começou a chorar pedindo à mãe que não fosse embora, como faria sozinho no mundo, quem faria o lanche da escola. Ele até prometeu não enrolar quando fosse para acordar, logo na primeira chamada, levantaria e em segundos já estaria pronto pra ir à escola. O pensamento melodramático era constante na vida de Guga. E chorou, chorou. Ops! A mãe estava na sala olhando e perguntando por que Gustavo chorava?
-Gustavo: A senhora já vai se encontrar com a Dona morte?
-Mãe: como?
-Meu filho, de onde você tirou essa história?
- Gustavo: Eu ouvi à senhora falar para tia Maria que tinha poucos minutos de vida.
- A mãe soltou uma gostosa gargalhada!
-E logo depois num tom sério explicou para o menino que ele havia entendido errado e precisava compreender a linguagem das pessoas com seu sentido real. Pois ele já estava na idade para perceber o mundo e saber dá nome às coisas certas. Ela teria poucos minutos para encontrar com a patroa e lhe apresentar um projeto muito importante.
Daquele dia em diante Gustavo continuou observando as pessoas, afinal isso fazia parte de sua personalidade, mas sempre estava estudando as formas como elas se articulavam; Ao falar, sentar, a expressão do rosto, das mãos, os significados dos sons. Tudo isso para não sofrer a toa e nem matar ninguém de uma hora pra outra. As perspectivas foram crescendo de acordo com seu desenvolvimento físico, mental. E assim Gustavo foi aprendendo a interpretar e comunicar-se com as pessoas de maneira fluente. Até o ponto de optar por cursar comunicação social na academia.
Gustavo voltou a si com uma bola que caiu na cabeça, ainda bem que era leve! Olhou novamente para o guri e esse já estava interagindo com as crianças. Aparentava um menino tímido, porém tranqüilo, enquanto o coleguinha corria, ele andava atrás para chegar até o escorrega e ria bastante com algo que o parceiro falava.
Gustavo levantou-se e seguiu em direção ao seu carro encerrando à tarde com aquela lembrança boa da infância.

Um comentário:

  1. Pow,muito massa! Bem legal mesmo. Criativo e empolgante... Sucessos, colega!!!

    ResponderExcluir